sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Caetoso Velano


Eu gosto do Caetano Veloso. Ótimo cantor (um dos melhores do Brasil), baita letrista e compositor. Gostei do último trabalho, "Cê", genial ao misturar a musicalidade das canções dele com o peso de guitarras cruas, numa levada mais rock. Uma proposta interessante, com resultado fantástico.

Mas admito que durante certo tempo, tive dificuldade para entrar no universo da obra dele. Era como se tal universo fosse inacessível. Talvez pela loucura de cada trabalho, cheio de misturas e refências. Não ouvi 1/6 da discografia e ja pude perceber que muitas das letras dele são repletas de pedaços de músicas de outros. Frases como "Tropeçavas nos astros desastrada" (alusão ao magnífico verso "pisavas nos astros distraída", da música Chão de Estrelas, de Silvio Caldas), ou "É doce morrer nesse(no) mar", de Caymmi, são exemplos.

Caetano também compôs homenagens à outros músicos ou movimentos (como Saudosismo, onde ele usa diversos trechos de músicas do Tom/João Gilberto/Vinicius), além das regravações integrais de músicas de outros autores, com interpretações, por vezes, melhores que as originais. Fora quando ele faz uma misturada, juntando frases de uma música com melodia de outra, inglês com português, francês com espanhol, Michael Jackson com Beatles.
Uma overdose de referências, influências e homenagens.

A que mais me chamou atenção para isso foi a intertextualidade da música Dom de Iludir. Uma respostá à canção Pra que mentir?, de Noel Rosa e Vadico. Nela, Caetano defende a natureza da mulher, frente às indagações e questionamentos dos compositores sobre a safadeza feminina.


Como não achei nenhuma das duas disponíveis na internet, deixo vocês com a versão de Billie Jean + pitadas de Nega Maluca e Eleanor Rigby:




Gênio!

Nenhum comentário:

 
Add to Technorati Favorites