Fim de caso.

No dia 23 de outubro de 1959 morria, aos 29 anos, Adiléia Silva da Rocha, ou Dolores Duran.

Admito que nunca gostei de mulheres compositoras na música brasileira. Talvez por nunca ter ouvido uma compositora que realmente achasse interessante, e também por um certo machismo reconhecido. Mas há algum tempo, uma paixão súbita por Dolores Duran bateu sobre mim.

Conheci a obra dela por acaso. Enquanto ouvia Tom Jobim cantar "Por causa de você", fui procurar quem era o compositor da música. Eis que vejo o nome dela ao lado do maestro. Fui atrás para conhecer mais sobre ela.
Além de cantora, Dolores escreveu letras magníficas. Aquela dor de cotovelo boa de se ouvir a meia luz, com um copo de uísque por perto. Diria que Dolores faz par perfeito com Lupicínio Rodrigues. Percebi que um samba-canção ou bolero escrito na perspectiva de uma mulher pode ser ainda mais visceral.

Dentre os discos que ouvi, o melhor é o de Nana Caymmi, intitulado "A noite do meu bem", onde ela revive as principais músicas da compositora. Uma combinação perfeita.