sábado, 11 de outubro de 2008

Peito Vazio

exatamente 100 anos atrás, nascia Angenor de Oliveira, o Cartola, que considero o maior sambista de todos os tempos. Cartola conseguiu transpor com as poucas palavras que a sua precária educação lhe permitia usar, uma carga de sentimentos e metáforas maravilhosas em suas canções. Torcedor do Fluminense, utilizou as cores do clube para fundar a Mangueira, sua escola de samba.
Angenor teve uma vida complicada, dividida entre problemas na família, boemia, pouco estudo e necessidade de trabalhar. Fez bico como pedreiro, onde ganhou seu apelido de Cartola. Por sujar muito o cabelo na obra, optava sempre por usar um chapéu, o que levou prontamente os amigos a lhe darem o apelido. Os óculos escuros que sempre usava, se devem parte à meningite que pegou aos 38 anos. Dentre os sambas que escreveu, estão as clássicas: As rosas não falam e O mundo é um moinho, considerada por Carlos Drummond de Andrade como a mais bela música brasileira. Dizem que Cartola escreveu para sua filha adotiva, que optou por sair de casa para virar prostituta. Entre outros sambas maravilhosos estão: Divina dama (seu primeiro sucesso), O sol nascerá (gravado por uma porrada de artistas), Peito Vazio, Tive sim e Acontece.
Mesmo depois de ter diversos sambas reconhecidos, Cartola foi encontrado no Leblon lavando carros num estacionamento. Foi retirado dessa situação pelo jornalista Sérgio Porto, que o devolveu ao meio musical.
Cartola morreu de câncer, no dia 30 de novembro de 1980. Apesar do seu legado de sambas, morreu pobre, morando numa casa doada pela prefeitura do Rio de Janeiro.

"Cartola não existiu, foi um sonho que a gente teve". Nelson Sargento.

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